domingo, 24 de março de 2013

Coluna Crônica Jornal de Caçapava: Tempo de penitências.




(Jornal de Caçapava, 08 de março de 2013.)


     Em tempos modernos, a palavra penitência nem é mais de senso comum. Poucas pessoas a utilizam e os mais jovens desconhecem seu significado, ao menos foi o resultado de uma enquete informal que fiz. Penitência pode ser entendida como o remorso de haver ofendido a Deus. Se buscarmos a confissão, a penitência é a “pena” que o confessor impõe ao confessado ou penitente. Recordo-me, quando criança, que a penitência era associada com jejuns que alguém impõe a si mesmo. O engraçado era que quando os mais velhos estavam em penitência, expressavam-se como se estivessem a semelhança de Atlas. Em nada notava-se que estavam em comunhão com Deus.

   Procurando mais informações sobre as penitências, encontrei uma história, da cidade de Bananal – SP, enviada pelo senhor Reinaldo Afonso. Segundo o relato: “eram, aproximadamente, quatro horas e trinta minutos de uma madrugada enfeitada com linda lua cheia. Uma Senhora chamada Dona Nilza estava indo para a procissão da penitência durante a quaresma, quando passou em frente ao portão do cemitério e encontrou duas senhoras vestidas de branco com véu cobrindo seus rostos, pensou então que fossem suas amigas Maria e Ana. Começou a conversar com as senhoras que não lhe respondiam. Ao chegarem à Matriz do Senhor Bom Jesus do Livramento, Dona Nilza acabou se perdendo das senhoras, que achava serem suas amigas, no meio dos fiéis. Ao reencontrar com as amigas, notou que estavam com roupas diferentes das que havia visto antes e, confusa, perguntou-lhes se conheciam as duas senhoras que vieram com ela. Maria e Ana falaram para Dona Nilza que não tinham visto ninguém a acompanhando. Dona Nilza ficou confusa e foi em direção ao santíssimo, novamente encontrou as duas senhoras de branco. Ao se aproximar advertiu-as com leves tapinhas nas costas e quando as senhoras viraram levantando os véus, Dona Nilza percebeu que no lugar de seus rostos havia um enorme buraco, saiu correndo amedrontada. Depois ficou sabendo que algumas almas vão às procissões para pagar suas antigas penitências.”

     Só por Deus! Estamos na quaresma, tempo de muitos mistérios.

Sônia Gabriel



2 comentários:

Bê Galvão disse...

Que delícia de relato!

Beijos e boa Semana Santa!!!

Mistérios do Vale disse...

Oi Bê, uma boa Semana Santa para você também! Cheia de bons mistérios!
Beijos.