domingo, 29 de agosto de 2010

Dia Valeparaibano de Contar Histórias!

Deu certo!
Foram histórias o dia todo, muitos telefonaram para me avisarem as histórias que contaram e para quem contaram. Outros compartilharam conosco através do blog, vejam os comentários e as postagens. E encerrei o dia num maravilhoso sarau, mas depois eu conto...

Vamos continuar! Esta decretado que todo dia 28 de agosto, vivenciaremos o Dia Valeparaibano de Contar Histórias!
Com o apoio dos contadores e "ouvidores" apaixonados por gente e mistério.
Obrigada,
Paz e Bem!
Sônia Gabriel

sábado, 28 de agosto de 2010

Pércila Márcia e sua história para nosso dia especial.

Oba! Não podia faltar minha companheira de ideias culturais.
Obrigada pela colaboração. Menina, que dia lindo! Quantas histórias!

"Sônia, amiga querida, não sei contar histórias e nem tenho um grande repertório. Mas lendo as histórias no blog, acabei por me lembrar de um fato que aconteceu comigo. Acho que nunca contei pra ninguém, agora conto pro mundo. Parabéns por mais essa iniciativa.
Bjs
Pércila

Morávamos em uma pequena cidade de Minas, Delfim Moreira, numa casa velha, daquelas enormes que têm porão, dispensa e um quintal que a gente se perdia nele. Tinha vários tipos de árvores, um riacho que passava ao lado, o mato crescendo e... cobras. É isso mesmo, de vez em quando uma se aproximava da casa e causava o maior alvoroço. Nesse cenário vivi minha primeira infância. Na época éramos seis irmãos, pois minha irmã caçula nasceu aqui, no final da década de 1970, quando mudamos para São José dos Campos. Um certo dia, acordamos no meio da noite com minha tia, que morava com a gente, gritando porque viu uma cobra saindo de um buraco que tinha no assoalho da sala. Pronto, ninguém mais conseguia dormir. E toca a queimar pano velho pra espantar a intrusa. Procura daqui, procura de lá, e nada de achar a danada. Então começaram a questionar minha Tia, como ela era? De que cor e tamanho? Minha Tia, que na época ainda era uma criança, não querendo decepcionar seus ouvintes começou a dar detalhes. No início, timidamente, mas depois se empolgou tanto que levantou dúvidas se realmente tinha visto alguma coisa. Pra convencer de uma vez por todas, saiu com essa: “Ela tinha na boca um ninho com três ovinhos.” Os adultos riram muito e foi assunto pra muita conversa nos dias seguintes. Até hoje a dúvida persiste, mas, desde aquele dia, a cobra cuidadosa de sua cria passou a frequentar o nosso imaginário de criança".



Adorei.
Sônia Gabriel

História contada pelo Professor Ivon...

Uma história contada por este cavalheiro é uma honra para nós. Claro que serve!


"Olá Sônia,
Durante sete anos lecionei História num Colégio da cidade de Cambuí, aqui em Minas.
Tive agora um encontro com ex-alunos e colegas professores após uma palestra que fui fazer.
Será que essa história vai servir?

Lembranças de Cambuí

Estávamos reunidos nos fundos da casa Verde depois de uma palestra sobre as Lendas do Descobrimento do Brasil.
Tinha preparado a palestra com carinho e esmero. Tema que eu gostava e conhecia muito bem. Tema sem medo. Tranquilidade , até chegar ao local da palestra. Muitos ex-alunos, muitos colegas. Gente que eu conheci e aprendi a amar e respeitar. Gente boa, hospitaleira, alegre, descontraída. Fiquei emocionado. Tanta gente para abraçar e tentar relembrar quem era......
- Me lembro de você, mas não sei seu nome.
- Ora , professor, eu sou o Richardson.
- AH! Agora me lembro, mas você mudou muito, ficou homem grande, não poderia imaginar . Me desculpava.
Desculpa boba, chocha, só para ter o que falar.
O tempo faz estragos na memória da gente. As lembranças do passado ficam com as imagens daquela época, não se atualizam por si mesma. Precisam de novas imagens para justapor às antigas. Quem se encontra todo dia tem sempre as imagens atualizadas e nem percebe as modificações sofridas. São modificações constantes.
Por exemplo os pais não notam que os filhos cresceram. Quem está de fora percebe.
Por isso os filhos são sempre nossas crianças indefesas.
O tempo que passa teima em voltar com roupagens diferente, de novos modos, só para iludir a saudade e machucar o coração. Onde será que o tempo esconde as imagens do passado? No coração tem uma gaveta especial onde ficam escondidas essas imagens. De repente vem alguém e inadvertidamente abre a gaveta e ...... as imagens se libertam. Mas não se reconhecem. Estão modificadas. Culpa do tempo.
Aquele pessoal era como meus filhos. Queria-os sempre jovens, adolescentes, travessos. Vê-los adultos, casados, com filhos, foi um choque.
A sala estava cheia de olhos alertas para o que eu dizia e eu tentava descobrir quem era quem. Como tinha sido. Alguns já tinham se revelado. Outros continuavam a me intrigar. Quem será? Ah! Aquele tipo de rosto eu conhecia, conhecia aquele sorriso, aqueles olhos. Conhecia , era verdade, mas não ligava o tipo a nenhum nome.
Sabíamos que aquele momento iria passar, consumir em si mesmo, desaparecer na própria chama que o fazia existir. E isso tornava belo o encontro. Dava tranqüilidade a tantos olhares.
Ficar ausente não mata a saudade mas mata os nomes . Era como olhar através de uma janela e ver as pessoas que se movimentam, muito distantes, intocáveis.
A janela do tempo é diferente da janela da alma. O tempo é inclemente, maltrata e modifica a pessoa. Na janela da alma somos sempre jovens, alegres e cheios de viço.
E eu olhava os tantos olhos pela janela da alma e tentava compreender pela janela do tempo. Labuta inútil, sem proveito. Não tinha como conciliar. O tempo foi mais forte. Mas a alma foi caridosa. O tempo modificou e maltratou; a alma conservou o tom do amor. E o amor põe belezas onde belezas não há, põe melodia onde a voz é débil.
Meu coração batia diferente e minha voz por diversas vezes perdeu o tom. Mas tudo foi perdoado, até mesmo quando derrubei, desajeitado, as folhas de transparências. O clima de amizade foi mais forte. Eu o percebia não somente pelo sentido da visão e da audição, mas o enxergava com o coração.
Uma ex aluna, Anunziata, fez a minha apresentação. Coisa sem precisão, pois eu era conhecido de todos. Mas gostei. Foi um momento para recordar alguma coisa. Anunziata esta viúva, morando em São Paulo, com dois filhos, já crescidos. Era professora numa escola e orientadora em outra. Labuta difícil. Igual a todos nós. Pouco ganho; mas muita felicidade. Para ser professor é necessário uma grande dose de desprendimento e um imenso desejo de ser feliz. Todo professor é feliz. Se não for feliz não é professor. Não há como ser de outro modo, pois tem que estar fazendo o que gosta e deseja. Não por obrigação, mas por amor. Ensinar é um ato de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles, cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia de nossas palavras.
Quem ama faz com carinho, dedicação e disponibilidade. Entrega-se totalmente, esquece o compromisso assumido, e o faz naturalmente, espontaneamente.
A parede que faz fundo na sala estava revestida de plástico preto e um retroprojetor projetava à direita, em baixo, uma etiqueta com o nome do Colégio , a disciplina História, o meu nome e o do aluno. Era assim que eu pedia para serem encadernados os livros e cadernos de História.
Quando cheguei para lecionar nesse Colégio as alunas me perguntaram que cor queria que fosse encadernados os livros e cadernos . Fiquei boquiaberto, pois nunca tinha deparado com esse problema. Dos Colégios de onde vinha ninguém se preocupava com essas coisas. Achei que aquilo era uma grande frescura. Coisa de adolescentes mimadas. Não sabia o que dizer. E elas insistiram, mais ainda, ao verem o meu embaraço. Frescura paga-se com frescura, pensei. Escolhi a cor mais esquisita que poderia e disse em bom tom:
- Rosa.
Elas me olharam espantadas e eu acreditei que as tinha chocado. Mas não. Rosa era a cor dos cadernos de Português. Precisava escolher outra.
A mente satânica trabalhou aceleradamente e encontrou aquela que realmente chocou:
- Preto, disse resoluto.
O choque foi real. As meninas perderam o folego, o riso desapareceu dos lábios. E contestaram.
- Mas preto, fessor! Isso não é cor. Escolhe outra, vá.
Fui irredutivel. Estava escolhida e queria tudo nessa cor. Sem exceção.
Fiquei marcado pela cor preta, durante todo o tempo em que lecionei nesse Colégio.
Agora, em frente a mim, para relembrar, uma grande capa de caderno, preta, com a etiqueta identificadora."


Muito obrigada, caro historiador!
Sônia Gabriel

Uma história contada por Paulo Teixeira Gabriel

Fiquei comovida, agora...

"Pedro e sua cruz no Vale do Paraíba

Na época de Cristo, Jesus saiu em caminhada com os apóstolos e determinou que eles partissem de São José dos Campos até Aparecida do Norte; nessa caminhada cada um deveria construir uma cruz e carregá-la em penitência. Cada apóstolo, após construir sua cruz, saiu com Cristo pela Via Dutra, eles caminhavam durante o dia e descansavam a noite nas pousadas que encontravam pelo caminho.
Pedro, no segundo dia, começou a reclamar do peso de sua cruz, ela era pesada, desconfortável e ele não aguentava mais carregá-la.
Jesus só aconselhava:
_ Pedro cada qual com sua cruz.
Durante a noite, em proximidades de Pindamonhangaba, Pedro, que era muito esperto, teve a seguinte idéia: esperou todos os apóstolos dormirem, levantou-se no escuro para tatear e pesar todas as cruzes, até que encontrou a mais leve e colocou-a estrategicamente num local que ele reconheceria. Logo cedo, Jesus determinou:
_Peguem, cada um, a sua cruz para continuarmos a caminhada.
Pedro pegou a cruz escolhida e colocou-se a caminhar com os demais, logo após o café da manhã. Esperto, Pedro percebeu alguma coisa errada, por que a cruz que ele havia escolhido era nada mais, nada menos que a sua própria cruz."

Rita Elisa Sêda nos conta uma história...

Estava faltando ela...

"Bem... Sônia, vai aí uma estória bem atual!
Tantos causos antigos... e os causos atuais? Vou contar um de ontem à noite. Sim, Paula Inêz, Ivani , Paulo Víctor e eu fomos para uma contação de estórias de terror no bairro Interlagos, aqui de São José dos Campos. Já imaginaram?! Três bruxas e um bruxo em um carro, contando causos de assombração?!, pois... lá fomos nós. Eu, fiquei com o caldeirão de bruxa no colo, amparado em minhas mãos, foi quando passei os dedos pelo fundo do caldeirão (daqueles antigos mesmos, de ferro, pesado...) e me certifiquei que estavam ali, sim... todo caldeirão que se preze tem três pés! E veio a pergunta para as bruxas amigas: porque o caldeirão da bruxa tem sempre três pés? As entendidas de magia foram dando seus palpites: para ficar melhor assentado no fogo, para não desequilibrar, para poupar pé... afinal deveriam ser quatro pés. A resposta veio simples, uma bruxa contou o segredo, em voz alta, concordaram com ela: ‘todo caldeirão de bruxa tem três pés porque ao fazer uma magia, a bruxa precisa colocar o caldeirão em cima de três elementos da natureza: o fogo, o ar e a terra’. Sim, toda bruxa que se preze faz sua fogueira no chão. Por que não existe o elemento água em baixo do caldeirão? Porque, segundo os especialistas, a água é o único elemento capaz de neutralizar uma bruxa e junto com ela os outros elementos. Hehehehehe! as bruxinhas foram para a contação de estórias de assombração, felizes, porque tinham um causo a mais na bagagem. Foi uma noite mágica, com direito à lua cheia, monstros, caveiras, fogueira e muitas ‘estórias’.
Beijos, felicidades e a paz!
Rita Elisa "


Oba! Vamos gente, até as doze badaladas noturnas ainda é hoje!
Não é , Rita?
Beijos,
Sônia Gabriel

José Antonio Braga Barros nos conta uma história...

Valei-me São Miguel Arcanjo, este dia está ficando cada vez melhor!

"Sônia,

Aqui do Vale só conheço aquelas histórias misteriosas da mulher que seduzia os homens nos banheiros da Via Dutra e a Loira que assediava os alunos nos banheiros das escolas e que saiu até no jornal, por que não havia quase escola em que ela não aprecia e desaparecia.
Agora, história, de verdade, que fiquei sabendo pelos meus antepassados aconteceu na Serra da Mantiqueira e tem até testemunha viva que pode relatar o caso:
Amigo meu me contou que quando seu pai ainda era vivo lhe contou a seguinte passagem:
Era tocador de boiada. Levava boiada para lá e para cá com seus companheiros de montaria.
Berrante em punho, Chamando os bois guias pelos nomes. Esta era uma caravana pequena. Vinha de Paraisópolis para São José dos Campos, naquele tempo que ainda não havia asfalto. Tudo nos conformes. Subindio a serra de lá para cá, naquele passo de boi que não pode se cansar nem perder peso, um comboio só. Quando chegou ali, bem naquele ponto em que já não se consegue ver as terras de Minas e começa a ver o Vale do Paraíba. Ali mesmo naquele ponto, ninguém mais, nem menos do que o Saci, fez a maior bagunça, espalhou todo o gado, fez a vacada sair desembestada, para todo quanto era lado. Mas o interessante e é aí que começa a minha história. O Tião Gauchada, naquela época um menino muito dos atrevidos não se deu por satisfeito e foi de encontro com o Saci e com toda sua garra e fidelidade ao patrão enfrentou o ente, foi pernada, chicotada, murro na cara, foi um bafafá. Bateu, apanhou, mas não deu moleza, só depois de expulsar o Saci daquela área é que foi ajudar seus companheiros a juntar novamente o gado e levá-lo para o seu destino. Isso já faz muito tempo. O menino Gauchada hoje já é um senhor, mas quem tiver paciência para ouvir um bom e verdadeiro causo é só reservar uma tarde inteira que ele, se tiver vontade, pode recordar tudo isso, detalhe por detalhe e contar todos os nomes das pessoas que testemunharam esse episódio verdadeiro acontecido bem ali no pico da Mantiqueira que dá origem ao Vale.
Grande abraço,

José Antonio Braga Barros
Produtor Executivo - Projeto Ciranda de Poesia
Cia Cultural Bola de Meia
Rua Porto Príncipe, 40 - Vila Rubi - São José dos Campos - SP
(12) 3941 9723 "

Sílvio Ferreira Leite nos conta uma história...

Este dia está mesmo muito chique! Me sinto privilegiada de compartilhar com gente tão especial. Segue mais uma história para todos nós.

"Oi, Sônia, contei para Viviane, minha mulher, a história da vaca assustadora, que escrevi há algum tempo, e que estava meio esquecida aqui no meu computador. Se alguém tiver paciência de ler, segue anexa.

Boas histórias. E parabéns pela iniciativa.

Sílvio



A VACA ASSUSTADORA

Sílvio Ferreira Leite

Enquanto o sono não vinha, Tiago ficou olhando o quadro na parede do quarto. Nunca havia reparado naquela paisagem bonita. Ela mostrava uma estrada contornando a montanha. E lá ia uma caminhonete com o motorista e duas crianças.

Prestando mais atenção, Tiago percebeu que existia um desenho na porta da caminhonete. Estava escrito “Fazenda Boa Vista” e logo abaixo das letras, uma vaca. A vaca havia sido pintada de lado, mas com a cara virada, de modo que Tiago conseguia ver seus olhos, nariz e boca. Ela sorria e Tiago pensou:

– É estranho uma vaca sorrir. Talvez seja um animal diferente.

A essa altura, nem prestava mais atenção na estrada, no morro, nas crianças. Só via a vaca. E ela parecia crescer, crescer. Até respirava. Tiago imaginou que a barriga dela se mexia. Assustado, resolveu fechar os olhos e tentar dormir.

Durante um bom tempo, ficou imóvel, quieto, procurando o sono no meio dos pensamentos. Lembrou tudo que fizera naquele dia. A briga na escola, a verdura que teve de comer no almoço, o leite que bebeu antes de ir para a cama.

Quando pensou no leite, lembrou-se da vaca. Abriu os olhos. Então levou um susto e soltou um grito. A vaca estava ali, do lado da cama, sorrindo tranquila.

Tiago se levantou num salto, correu para a porta e já ia chamar sua mãe. Aí ficou na dúvida. Como explicar a presença da vaca no quarto? No dia em que trouxe um simples gatinho para dentro de casa foi a maior confusão. Agora seria o fim do mundo.

Resolveu enfrentar a situação. A vaca, sem a menor cerimônia, começou a mascar seu tênis.

– Saia daí, vamos, vá embora! – e cutucava a folgada com uma espada de brinquedo.

Ela nem dava bola. Bola? É isso! Abriu o armário, pegou sua coleção de bolas e atirou uma a uma no animal. Nada. Jogou dois carrinhos, uma caneta e o celular. Nada.

Quando acabou a munição, Tiago ficou um momento sem saber o que fazer. Mas a vaca sabia muito bem como assustar uma criança. Começou a andar na direção de Tiago. Ele se afastou um pouco. Ela se aproximou mais ainda. Ele deu alguns passos para trás. Ela continuou indo para cima do garoto, devagar, mas decidida.

Teve uma hora que parecia difícil fugir. Apertado entre o armário e a parede, Tiago viu aquela cara imensa chegando cada vez mais perto da sua.

É incrível como a vaca tem cara grande. Vista de longe, no campo, não parece. Mas ali, a alguns palmos de distância, era assustadora. Parecia um ET, com olhos brilhantes e dilatados querendo saltar da testa peluda. Parecia um dragão de focinho preto soltando ar quente com cheiro de mofo. Parecia um bicho-papão com a boca aberta e babenta.

Tiago fazia essas comparações com rapidez, enquanto sentia um medo danado, capaz de fazê-lo perder totalmente o controle. De repente, a vaca mostrou os dentes e colocou a língua gosmenta para fora. Tiago pensou:

– Vai me engolir.

Foi nessa hora que o menino notou o líquido quente escorrendo pela sua perna esquerda. Mas não se deu por vencido. Quase por impulso, abaixou-se ligeiro, passou relando no pescoço do animal e pulou para cima da cama. No mesmo instante, percebeu que estava atrás da vaca.

– Será que ela desliga? – conseguiu falar em voz alta.

E resolveu tentar a única ideia que teve. Tomou coragem, agarrou com as duas mãos o rabo da intrusa e deu um puxão. Pronto! A vaca fez puf! e voltou para a pintura na porta da caminhonete. Tiago deitou-se depressa, cobriu a cabeça com o cobertor e dormiu na hora, mais de medo do que de sono.

De manhãzinha, acordou com sua mãe perguntando:
– Que bagunça é essa, Tiago? Por que o chão está todo molhado?

Ainda meio zonzo e completamente sem graça, o menino pensou um pouco e respondeu:

– Foi a vaca, mãe, que fez xixi.

A mãe riu da explicação do garoto e nunca mais tocou no assunto. "


Uma história de Luis Claudio Antunes ...


"Boa tarde Sônia.

Bom, tentei contar uma historiazinha para meu pequeno Lucas, de uma ano e quatro meses, mas ainda não se atém muito. Mas vai gostar, como o pai e a mãe. Então, encaminho para você este pequeno "mistério', para você ler e até publicar no blog.

TRAVESSURAS DO SACI
Seu Dito, já tarde da noite, quentava fogo aos pés de seu fogão de lenha e, entre um gole de café e um empurrão no tição em brasa, pitava seu velho cachimbo de fumo de rolo.

Passado horas ali, o fogo já estava quase no fim, quando resolveu ir dormir e deixou seu cachimbo, ainda com um pouco de fumo, ali perto do fogão. Seu Dito foi dormir e o saci, pito na boca e carapuça vermelha e que já estava por ali escondido, entrou na cozinha pulando numa perna só, dando risadas e já pensando em fazer alguma malvadeza. Ele pegou o cachimbo de Seu Dito e arrancou o tubinho de fumar, trocou os lados, colocando de volta. O lado que fumava ficou perto do cachimbo e o que estava perto do cachimbo ficou para fumar.

Quando Seu Dito acordou, pegou seu cachimbo, acendeu e ao colocar na boca, saiu cuspindo prá todo lado, pois o sarro – resto de fumo queimado – foi tudo para sua boca. O saci, que estava ali num cantinho olhando, dava largas risadas de Seu Dito que caiu em mais uma de suas arteirices.

Luis Claudio Antunes / Portalr3.com.br"
Está animado, continuem!
Sônia Gabriel

Uma história de Paulo Roxo Barja...

Meus amigos mais uma história, está rendendo...

"Oi Sonia,
segue uma história pra compartilhar com você e com os leitores do blog:

UM ABRAÇO PARA GALINA

logo que entrei no mestrado na Unicamp, pintou o primeiro congresso científico importante pra eu ir apresentar um trabalho, em Caxambu, MG. Lembro que eu estava contente mas bem nervoso - afinal, era minha "estreia" nesse tipo de evento. Quando estava expondo o trabalho, apareceu uma professora e começou a fazer perguntas. Ela era estrangeira e falava com sotaque bem carregado, o que me deu mais medo ainda. Mas lembro que ela foi muito paciente e doce comigo, como se quisesse mesmo me acalmar. Foi bom, comecei a me sentir mais seguro e ficamos conversando um tempo sobre o trabalho. Depois fui saber que aquela ela a dra. Galina Borissevitch, uma cientista russa importante, e achei o máximo ela ter dado aquela força - provavelmente ela nem imagina o quanto isso foi importante pra mim.
Desde então, tenho tido a sorte de participar de diversos eventos, em vários países. É sempre bom - mas nunca me esqueci daquela professora russa.
Semana passada - ou seja, mais de 15 anos depois do encontro com a professora russa - eu estava em Aracaju e um dos palestrantes do congresso era o prof. Iuri Borissevitch, marido dela. Assim que tive chance, fui falar com ele, que também é uma pessoa inteligentíssima e muito amável. Perguntei sobre a esposa e ele me respondeu, triste: "Você não pode imaginar: acredita que agora em vez de fazer pesquisa científica ela resolveu ficar só dando aula num colégio?"
Em seguida nos despedimos, desejando boa sorte um pro outro. E eu tenho que dizer que tudo aquilo fez sentido pra mim: desde sempre, aquela mulher iluminada tinha o interesse maior de ensinar, de mostrar o caminho aos mais jovens, dar conselhos - educar, no sentido mais amplo da palavra.
Como é bonito isso... felizes dos alunos dela!

abraços,
Paulo Barja"


Obrigada, meu caro, adoramos!
Sônia Gabriel

O Vale e a Independência

Histórias de nossas vidas...


Estou aqui curtindo as histórias que estão me enviando, compartilhando conosco através do blog, e, as ligações tão delicadas. Meus caros amigos, como é bom compartilhar!
A alegria se manifesta na fraternidade, por isso confraternizar.

As lições pequeninas que nos são oferecidas no cotidiano, se agarradas com amor, nos ensinam imensamente.
Todo ser humano é construtor por natureza. A cultura nos possibilita enriquecer o mundo com a diversidade e esta se manifesta por intermédio da beleza.
A alegria é um dos mais preciosos dons que podemos receber. Ela permite que criemos uma reserva de energia para os inevitáveis desafios que a vida nos envia.
A alegria não deve ser impedida nunca.
Estas palavras transbordaram em meu coração por causa desta foto que encontrei, enquanto faço uma limpeza, em meu computador.
Diante do transtorno de usar o aparelho que tanto incomoda este bravo "inventor de invencionices", ele me fez rir muito.
O dente já está no lugar, o incômodo não pôde ser evitado, mas nós dois nos divertimos muito com a traquinagem.
É isso!
Por ele aprendi a inventar histórias...
Sônia Gabriel

Waldemar Fernandes Pinto nos conta uma história...

Segue uma história para todos nós, muito obrigada por dividir conosco. Não poderia ser melhor.


"Gostaria, cara Sonia, de ter uma história melhor. Vai essa, porém, que está na minha lembrança: EU TINHA UNS 10/11 ANOS E O NOSSO FOGÃO ERA À LENHA. QUEM CUIDAVA DE PICAR A LENHA ERA UM CABOCLÃO LONGILÍNEO E MUITO SIMPÁTICO, EMBORA DE POUCAS PALAVRAS, QUE CHAMÁVAMOS DE 'ZÉ PICÃO', TENDO EM VISTA A SUA ATIVIDADE PROFISSIONAL. USAVA UM CAVANHAQUE CURTO E NUNCA O VI CALÇADO. UM BELO DIA ELE FALTOU E EU, COMO FILHO E NETO MAIS VELHO, DISSE À MINHA AVÓ QUE CUIDARIA DO SERVIÇO, PARA NÃO FICARMOS SEM A LENHA. ELA RESPONDEU, IRADA: 'DE JEITO NENHUM. VOCÊ É UMA CRIANÇA! DEIXA QUE EU CUIDO DISSO' E FOI PICAR A LENHA. NUNCA ME ESQUECI DESSA OCORRÊNCIA. NÓS MORAVAMOS NA RUA CORNETEIRO JESUS, DEFRONTE À SANTA CASA.
Abraços, Waldemar."

Paz e bem!

4º Encontro Oficina 'Piraquara nas Ondas do Rádio'.

Nosso quarto encontro encerrou esta fase do projeto. Nos despedimos já com saudade.
A partir de agora, nossos participantes vão se envolver na Oficina de Operador de Áudio e Locutor.
Para nós, foi um privilégio. Estamos muito confiantes no respeito pelas tradições da comunidade que presenciamos nestes jovens.

Não desanimaram ao longo de quatro semanas, nos trouxeram histórias de suas famílias, lendas e curiosidades. Sempre muito alegres e participativos. Descobrimos muitos talentos culinários também.


Jovens cheios de alegria e respeito pelas tradições de sua comunidade.

Esta cena nos emocionou, um livro nos absorve tanto que nem a agitação do lugar atrapalha a leitura. Também, Ruth Guimarães, gente! Quem resiste?

Obrigada pela participação! Em breve, voltaremos com a Melhor Idade, aguardem.
Pércila Márcia e Sônia Gabriel

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Escambo 14 - Mudando de Rumo

Meus prezados, como sabem, o primeiro recado para o Escambo 13 foi este:

"Oi Sônia. Ficaria muito feliz em ganhar este livro.
Patrícia Antunes"


Vocês podem conferir postagens abaixo. Infelizmente, não recebi endereço para enviar, nem retorno da interessada, aguardei até hoje( 27/08). Sendo assim, vamos enviá-lo para o segundo recado (confiram na postagem 13) que foi de Sonya Mello.

Agradeço a atenção de todos.
Em breve, novo livro.
Paz e bem!
Sônia Gabriel

Entrevista na Rádio Comunitária


Meus caros amigos, um trabalho vale quando possibilita além da satisfação financeira , a pessoal. Acabo de chegar da Rádio Comunitária na Vila Cristina, aqui em São José dos Campos.

Estivemos lá, eu e a Pércila Márcia, para conversarmos com Carlos Alberto Fernandes Pinto sobre o Projeto Piraquara nas Ondas do Rádio. A entrevista foi muito agradável, ficamos sabendo que os participantes desta primeira etapa da Oficina Cultural passaram pela rádio ontem (26/08) e deram seus depoimentos. Os idealizadores da rádio e do projeto ficaram muito animados com a empolgação dos jovens. Nós também.

Encerrada esta etapa, já estamos organizando a próxima que contemplará a Melhor Idade, o convite já foi feito para a comunidade através da rádio, que é muito ouvida pela comunidade, e via Internet, já está alcançando terras distantes.

Ficamos muito felizes, pois sabemos da luta da comunidade por este espaço.

Agradecemos a confiança em nosso trabalho e vamos em frente!

Dia Valeparaibano de Contar Histórias!

Meus caros amigos, pessoas privilegiadas ao nascerem com o dom de levar alegria e aconchego aos seus. Tenho um decreto a fazer:

Todos vocês estão OBRIGADOS (se quiserem!) a neste 28 de agosto, contarem uma história.
Desde o amanhecer até o sol se ir é tempo suficiente para receber amigos, acolher parentes, dedicar alguns minutos aos mais velhos ou muito jovens, lhes contando uma história.
Eu já escolhi a minha, está no livro de Ruth Guimarães, lançado recentemente,' João Barandão e outras histórias'.

Quem conseguir realizar a tarefa, faça a gentileza de registrar aqui no blog.
Tenham todos um excelente final de semana e um aconchegante Dia Valeparaibano de Contar Histórias!
Gente, adorei isso!
Paz e bem!

Sônia Gabriel

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Mais presentes...

Meus amigos, estou começando a me sentir mimada, e detalhe: ESTOU ADORANDO!
Obrigada, Sonya. Me fez chorar... coisa muito difícil.
Esta mulher é pura sensibilidade. E o nome dela, eu simplesmente adoro.
Não posso e nem consigo nada lhe dizer a não ser, novamente, obrigada!
Paz e bem!
Sônia Gabriel


MULHER DE MISTÉRIOS
À Sônia Gabriel

Mulher de mistérios
Mulher de mil histórias
Viajante das letras e das estradas
Incansável em desvendar
Mistérios da memória

Filha, esposa, mãe...
Pesquisadora do saber e do ser
Fácil é se curvar diante dela
Ouvidos atentos, olhos congelados
Para suas histórias absorver

Curiosa, constante, sempre atenta
Indecifrável diante do mundo
Ser e descobrir, paixão que fomenta
Ansiosa pelo que há de vir...

Teimosia e observância
Desejo de novidades
Traz desde sua infância
Amor pelas palavras
Escritas ou faladas
Sem pensar em distância

Seu amor pelos livros
Desde seu tenro amanhecer
É o mesmo pelo ser humano
Gente sábia, as vezes iletrada
Magnífico ser que a encanta
Até o anoitecer...

Hoje é instrumento...
Que trouxe outras vidas ao mundo
É rico este momento
Trilhado por Deus em silêncio
Entregue a seu amor mais profundo!

Sonya Mello
19/08/2010

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Exposição de fotos e trabalhos do Projeto Desvendando o Vale do Paraíba- 2010

Nossa exposição foi um sucesso! Vejam só...
Tivemos ilustres visitantes como o artista plástico Adão Silvério e a escritora e fotógrafa Rita Elisa Sêda; prestigiaram nossos trabalhos educadoras de São José dos Campos e de Jacareí.
Chique demais!
Eu e meus alunos agradecemos ao apoio e empenho de: Léa Marta, Gisele Rocha, Ordália Oliveira, Flávia Lima, Terezina Silva, Márcia Bonetti, Sonya Mello ( que organizaram a exposição e enfrentaram a Rodovia dos Tropeiros conosco)e todos nossos colegas da escola que tanto nos auxiliaram.

Adão Silvério



Emília, Visconde, Márcia e eu.


Parte de nossos trabalhos, exposição de fotos.


Rita Elisa, Ordália e nossos alunos convidados.


Gente animada.


Colegas sempre torcendo por nós.
Obrigada, ano que vem tem mais!
Professora Sônia Gabriel

Vale das Artes: Sonya Mello

Acabo de chegar da exposição das fotos da viagem ao Vale Histórico que eu e minhas colegas professoras realizamos em junho deste ano, com alunos da E E Rui Rodrigues Dória.
Foi um lindo coquetel.
Mas, sem dúvida nenhuma, o brilho do evento foi o quadro produzido por Sonya Mello. Ela retratou nossa viagem de maneira completa.
Todos os presentes ficaram encantados e Rita Elisa não resistiu e arrematou a obra.

Sonya é proprietária de rara sensibilidade. Recebi dela, neste final de semana, um poema que me trouxe lágrimas aos olhos.


O quadro...

Detalhe: encontraram Rita Elisa e eu?
Gente, estou encantada!

Detalhe: Nossos alunos, Visconde e Emília. Estávamos muito bem acompanhados!

Nossos alunos desvendando o Vale do Paraíba!

Sonya, muito obrigada!
Paz e bem!
Sônia Gabriel

domingo, 22 de agosto de 2010

Nossa pesquisa no Jornal O Vale de hoje!

Meus caros amigos,

Como já estamos divulgando, Rita Elisa e eu finalizamos nossa pesquisa a respeito de Eugênia Sereno que resultou livro Eugênia Sereno, a Menina dos Vagalumes (resgate folclórico do Paraíba ao Sapucaí)”. Muito foi desvendado sobre obra e autora. Eugênia Sereno é um presente desta terra e seu patrimônio de muito valor.
Saiu hoje, no jornal O Vale, uma matéria referente a nossa pesquisa, se puderem, leiam.
Contamos com os comentários e torcida de todos para que esta publicação se faça o mais rápido possível.

Quem desejar mais informações entre em contato conosco.
Paz e bem!
Sônia Gabriel

sábado, 21 de agosto de 2010

Um Vale de Livros: Nhô Bento - Rosário de Capiá


Meus amigos amantes dos livros, Eugênia Sereno nos levou ( Sônia Gabriel e Rita Elisa) até muitas obras e autores maravilhosos, muitos visitados mais uma vez, como amigos para quem sempre voltamos, uma lista da imensidão do Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira, outros chegaram de mansinho e invadiram nossas leituras e sentidos, entre eles Valdomiro Silveira, Coelho Neto, Júlia Marcondes Longo, Pedro Paulo Filho, Ribeiro Couto, Afonso Arinos...
O mais recente desta lista nos veio por intermédio de Monteiro Lobato. O livro da imagem ao lado é um presente de um filho do Litoral Paulista. Rosário de Capiá do escritor e poeta José Bento de Oliveira, Nhô Bento, deve ser lido como quem toma café fresquinho, aos goles mansos. Não apenas ler, tem que sorver, sentir a maresia que nos refresca em cada verso.
Corre gente, vem descobrir mais este Mistério do Vale.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

1º Encontro de Jongueiros do Vale


O Instituto Ecocultura, divulga e convida...


Grupo de Jongo Mistura da Raça realiza o 1º Encontro de Jongueiros do Vale

"Acontece neste domingo, dia 22 de agosto, a partir das 9h, no Ponto de Cultura OCA, que fica na Praça das Gaivotas, na Vila Tatetuba, o 1º Encontro de Jongueiros do Vale, que reunirá grupos de Jongo de Piquete, Guará e Campinas. Organizado pelo Grupo de Jongo Mistura da Raça de São José dos Campos, o Encontro tem como objetivo contribuir para o reconhecimento de uma das mais importantes manifestações da cultura afro-brasileira na nossa região, que envolve canto, dança e percussão de tambores. A iniciativa conta com o apoio do Pontão de Cultura Jongo/Caxambu, da OSC Celebreiros, do Instituto Ecocultura de Educação Patrimonial e da Fundação Cultural Cassiano Ricardo.

Mistura da Raça - Resultado do esforço e vontade do núcleo familiar do Mestre Laudeni de Souza que soube preservar a tradição, o Grupo de Jongo Mistura da Raça nasceu em 2002 e cresceu para além do contexto familiar, envolvendo a comunidade local nas vivências, nos encontros e nas práticas dos saberes e fazeres jongueiros. O Grupo conta atualmente com 30 integrantes, entre crianças, jovens, adultos e também pessoas da Melhor Idade. Sua atuação vem promovendo a revitalização desta expressão da cultura tradicional popular em São José dos Campos, indicando a existência na cidade de manifestações culturais diversificadas, “ao mesmo tempo vinculadas à tradição e em contato com a modernidade”. O Grupo é um dos representantes do Jongo do Sudeste, reconhecido, em 2005, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.

Programação
10h Capoeira Grupo Raízes
11h30 Cortejo com os Grupos de Jongo em volta da Praça das Gaivotas
12h Feijoada (R$ 10,00) e Samba de Raiz ao vivo
15h Apresentação dos Grupos de Jongo

Mais Informações
Mestre Laudeni de Souza
Tel. (12) 3929-9135 / 9102-1092
laudenidojongo@yahoo.com.br


Ponto de Cultura OCA
Ari Pereira
Tel. (12) 3018-8621
ocasociocultural@gmail.com"



quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Presentes que recebemos durante o caminho...


O que vale são estes presentes que vamos recebendo pelo caminho...
Agradeço por essas preciosas amizades.
Obrigada, Ana.
Sônia Gabriel

"Sônia
Esta montagem de fotos conseguiu lágrimas nos olhos!!!! Muita saudade , muita gratidão de todos os lados!!!!
Super parabéns pela edição esgotada ( ha, ha, ha, tenho muitos livros em casa e até sair a segunda edição os guardarei no cofre!!!! ) Tenha certeza que todos os países que passaram pela minha casa, e não são poucos, ouviram falar de ti e de seu livro ...
É com orgulho que digo..."sou amiga da Sônia Gabriel"
Domingo falamos de você na casa do Ricardo.
Beijos e Sucesso, sempre!!!!!
Ana Maria Burghi."

3º Encontro Oficina 'Piraquara nas Ondas do Rádio'.

Aconteceu ontem, quarta-feira, nosso terceiro encontro. Nem a noite gelada de Santana conseguiu desanimar nossos participantes. Estavam tão animados que vieram munidos de agasalhos, bolos, pães e café quentinho, e claro, de histórias para contar!

Pércila Márcia selecionou documentários e cenas de filmes nacionais em que se evidencia a importância do resgate e registro da história e das manifestações culturais populares. Deu uma aula muito clara desses conceitos.
Apreciamos algumas histórias contadas por eles, lemos as que coletaram em família e registraram; explicamos as origens de algumas lendas e mitos, como por exemplo, a Mula-sem-cabeça. Deixamos uma tarefa para a semana: caipora ou curupira? Questão levantada pelos próprios.

Semana que vem, será nosso encontro final na Escola Estadual Rui Rodrigues Dória, encerraremos a primeira etapa do projeto que continuará com a Oficina de Operador de Áudio.

Até lá.
Pércila Márcia
Sônia Gabriel

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

É preciso nos conhecermos...

Não podia deixar de registrar...
Acabo de sair da Oficina Pirquara nas Ondas do Rádio, em Santana, aqui em São José dos Campos.
Entre tantas histórias que ouvi lá, uma fala me calou fundo. Discretamente escutei uma aluna sussurrar : ' A gente quer saber, então conta'.
Monteiro Lobato disse em um de seus inúmeros prefácios que 'este país é um assombro. Nascemos aqui, vivemos e morremos aqui e não o conhecemos.'
Quem, como eu, se propôs a tarefa de lecionar, não pode não contar. Conhecimento precisa deixar de ser arma de barganha. Nada de utopia, já não tenho idade para isto, mas uma ética verdadeira. Querem saber e nós o que temos para contar?
Eu tenho muito o que pensar sobre.
É por isso que não deixo a sala de aula, não quero enveredar por letras fantasiosas e vaidosamente improdutivas, preciso, na convergência de minha imaginação, ter horas de realidade, são créditos de meu aprendizado, manter-me na verdade da vida.

Meninos, quanto aprendo com vocês!
Paz e bem!
Professora Sônia

Segue um recado de 1946...

Cumbersándo direito a gente aprênde!
Se sabe as coisa, se bregánha e vende
o que as idéia tem na pratelêra,
sem se gastá um vintem,
nem se ganháa tambem...
É pau a pau: - não féde nem não chêra!

José Bento de Oliveira
(Nhô Bento)

Em busca de Eugênia Sereno


Desvendado o livro, nos vimos seduzidas pela autora. Eugênia Sereno se revelou tão literária quanto sua obra. Fomos em busca desta escritora, fruto desta nossa terra produtora de tantos talentos. O que descobrimos é de encher folhas inesgotáveis, mas nos entregamos à tarefa de decifrar e transcrever uma vida tão imensa quanto a obra que nasceu de suas mãos, mente e útero.
O que desvendamos, em breve, dividiremos com vocês; será uma alegria, enfim, poder compartilhar a grandeza e beleza de um livro inesquecível e sua genitora.
(Foto da terceira edição)
Ainda conversaremos muito sobre as aventuras que vivi com Rita Elisa, durante a produção do livro sobre Eugênia Sereno. Com certeza, vocês vão gostar!
Nossa missão, consideramos cumprida.
Sônia Gabriel

Meus Mistérios?

Acabo de receber um e-mail questionando qual será o meu mistério. Quisera ter um.
Não há mistérios, há a gentileza de todos vocês e a paciência para com meus rabiscos.
A vida, meus caros, nos contrariando a sonhada complexidade, é muito simples. Mistérios são a maquiagem de nossa imaginação. Ora, quem não gosta de uma história misteriosa?
Não tenho mistérios. Apenas a simplicidade de verbalizar minhas crenças, sonhos e esperanças. Amo o cotidiano. O que talvez não renda aos críticos grande literatura, mas cá entre nós, rende uma boa prosa.
Amo os livros, e os amo porque são feitos por pessoas, que é (insisto) o que de melhor o mundo tem. É verdade que livros misteriosos andam me visitando. E não é que até um almanaque enigmático desembarcou por aqui, na casa azul? Ainda não sei o que fazer com estas visitas, mas rabiscando já estou.
Quem sou eu para contrariar tantos mistérios?
Sônia Gabriel

Mistérios do Vale - Esgotado!

Meus caros amigos, estou aqui para agradecer. Divido com vocês a alegria do dever realizado.
Quero lhes contar que o livro Mistérios do Vale: histórias que o povo conta no Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira está esgotado. Guardei um exemplar para nosso Escambo, que pretendo, seja em especial oportunidade.
Durante o desenvolvimento deste nosso projeto, nem todos os encontros e amigos, conseguimos fotografar, nem todos os nomes conseguimos gravar, mas quero que TODOS sintam-se agradecidos e abraçados.
As histórias de nossa gente viajaram por todas as cidades do Vale do Paraíba, por todos os estados do Brasil, e vejam só, devido empenho de apaixonados como eu, chegaram aos Estados Unidos, Austrália, Espanha, Argentina e Angola. Poderia esta pesquisadora, desejar mais?
Nosso projeto continua...
Espero que cada um dos leitores tenha se divertido e se emocionado com nossas histórias; que vocês tenham passado mais tempo, por conta delas, com seus familiares e amigos.
Sinto em meu coração que a intenção foi alcançada. Fico imensamente feliz por ter participado deste resgate. Esta aprendiz de escriba muito cresceu e pretende continuar aprendendo, privando da amizade e companheirismo de cada um vocês.

Aguardem, sempre haverá mais mistérios a se revelarem.
Paz e bem!
Sônia Gabriel

Em busca de 'O Pássaro da Escuridão'


A busca pelo livro foi muito interessante, não encontrávamos nenhum exemplar, nem mesmo pela Internet. Coloquei neste blog, um relato sobre minha busca e uma enquete sobre escritora e obra.
Luís Cláudio, de Pindamonhangaba, respondeu a enquete e me avisou, enviando uma foto de primeira página autografada pela autora, que havia encontrado um exemplar em um sebo virtual. Enviei imediatamente para Rita Elisa Sêda seu e-mail, encomendamos o exemplar e a partir dali, foi uma verdadeira avalanche de exemplares de todas as cinco edições aparecendo a todo momento nos sebos virtuais.
Conseguimos nossos livros e iniciamos a leitura, que mal sabiámos naquele momento, nos levaria para um maravilhoso mundo literário.
A capa acima é da primeira edição que foi publicada em 1965.
Leiam o livro, vale cada página, cada linha. Redescobrir O Pássaro da Escuridão é uma viagem deslumbrante por um Brasil que está muito encravado em nosso imaginário coletivo. É uma aventura pelos deliciosos mistérios caboclos e pela enigmática caminhada do singelo viver. Há que se respeitar um certo silêncio para que o deslumbramento de nossa alma não nos prive dos detalhes, propositalmente, nos aguardando.
Leia o livro, não se prive desta aventura.
Sônia Gabriel

O Pássaro da Escuridão - Eugênia Sereno


Em 2006, encontrei-me com Eugênia Sereno pela primeira vez.
Recebi em Lorena, através do Instituto de Estudos Valeparaibanos, o Prêmio Cultural Eugênia Sereno. Todos os anos, o IEV, entrega este prêmio como reconhecimento pelos trabalhos, realizados no Vale do Paraíba, que visem a valorização de nossa História e Cultura.
Recordo perfeitamente do sentimento que tive ao ler aquele nome. Nada dela eu sabia a não ser que tinha sido uma escritora da região. Ler seu nome naquele diploma aguçou-me a curiosidade. Ainda hoje, repito esta ação de quando em quando.
Algumas semanas depois, uma colega de trabalho mencionou que estava lendo o Pássaro da Escuridão, fiquei desesperada para ter o livro em minhas mãos, já que não conseguia encontrá-lo para compra, nem mesmo em sebos. Ela trouxe-me seu exemplar. Confesso que fiquei frustrada, era apenas uma cópia. Mesmo assim, foi um prazer passar os olhos por aquelas linhas, uma imensidão de páginas refletindo uma vida igualmente imensa.
Nasceu ali a paixão por um livro misterioso e sua autora não menos enigmática.
Mistérios tendem a me perseguir!
Naquele mesmo ano, em dezembro, encontrei-me pessoalmente com Rita Elisa Sêda.
Nos jardins do Museu do Folclore (nada mais apropriado)conversamos, também pela primeira vez, sobre Eugênia Sereno. Falei sobre meu encantamento e vontade de conseguir o livro para ler pacientemente. Iniciamos uma amizade literária em torno de uma escritora sui generis.
Muito começou a acontecer a partir dali...
Sônia Gabriel

Escambo 14

Caros amigos, Patrícia Antunes, levou o nosso Escambo 13. Só conferir nos recados.
Patrícia, aguardo endereço para enviar o livro.
Curta muito.
Paz e bem!
Sônia Gabriel

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

2º Encontro da Oficina 'Piraquara nas Ondas do Rádio'.

Meus caros amigos, aconteceu nesta quarta-feira nosso segundo encontro.
Nesta oficina, abordamos as lendas do Vale Histórico e as cidades do Roteiro da Fé.
Conversamos sobre a padronização de costumes, o senso de justiça e a luta pela terra que encontramos nas lendas da região.
Nossos participantes trouxeram relatos colhidos em suas famílias e que remetem às lendas que se perpetuam no Vale do Paraíba. O encontro foi ótimo e os participantes estavam particularmente animados, cheios de histórias para contar!




A noite foi do Saci, da Mula-sem-cabeça, da Procissão Fantasma, das Porca e os Leitões, das Pragas de Padre e encerrou-se em grande estilo com a Freira da Escola Rui Dória.

Para nossa próxima semana, já estão em busca de novas aventuras assombrosas por Santana!



Até lá.
Pércila Márcia
Sônia Gabriel

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Escambo 13



Caros amigos, amantes dos livros, segue nosso Escambo.
Desta vez, o livro Arquitetura Sanatorial, de Tania Bittencourt.
Aguardo o interessado.
Boa sorte, boa leitura.
O livro é ótimo.
Sônia Gabriel

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

1º Encontro da Oficina 'Piraquara nas Ondas do Rádio'

Caros amigos, algumas fotos de nosso primeiro encontro. Tivemos muitos interessados na oficina, ficamos felizes com a presença dos jovens, mesmo com uma noite tão fria.
O escritor Carlos Alberto Fernandes Pinto (idealizador do projeto) esteve presente e abriu nossa aula.
Contamos também com a presença da diretora Ordália Almeida da Escola Dr. Rui Rodrigues Dória que recebe a oficina.


Os jovens estavam animados e a equipe da escola foi muito atenciosa conosco.

Receberam e apreciaram as histórias que o povo conta... e que eles estão em busca em sua comunidade.


Todos com muita vontade de realizar um belo trabalho.


Pércila Márcia explicando conceitos relativos ao nosso objeto de estudo: Cultura Popular.

Momentos de aprendizagem e descontração.


Os jovens participaram muito, são falantes e nos contaram suas experiências, algumas histórias maravilhosas que valem registro. Perceberam a importância de conversarem e ouvirem as pessoas mais velhas da comunidade. Entenderam quanta sabedoria se constrói desse encontro.

Estão com a tarefa da semana anotada e semana que vem promete!


Até lá!
Sônia Gabriel e Pércila Márcia
Instituto Ecocultura de Educação Patrimonial